29 de novembro de 2012

iguais por fora, diferentes por dentro.


  


  Somos o avesso um do outro. Quando duvidas, páras.  Eu sigo em frente. 
 Quando tens medo, eu tenho vontade.  Quando sonhas, eu pego nos teus sonhos e torno-os realidade. Quando te entristeces, fechaste numa concha e eu choro para o mundo. Quando não sabes o que queres, esperas e eu escolho. Quando alguém te empurra, tu foges e eu deixo-me ir.

Somos o avesso um do outro. Iguais por fora, o contrário por dentro. Tu proteges-me, acalmas-me, ouves-me e ajudas-me a parar. Eu puxo por ti, sacudo-te e ajudo-te a avançar. Como duas metades teimosas, vivemos de costas voltadas um para o outro. Eu sempre à espera que tu te vires e me abraces, e tu sempre à espera que a vida te traga um sinal, te aponte um caminho e escolha por ti o que não és capaz.

picture.

    Estou super entusiasmada, não podia acabar a semana de melhor maneira apesar de ter sido toda a santa semana a correr. Mas, a boa noticia é que vou a uma visita de estudo em que vamos ter um WORKSHOP DE FOTOGRAFIA E IMAGEM :)) o que muito tem a ver com o meu curso (curso de Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade)

  Para quem não sabe, eu adoro fotografar!




E quem daqui gosta de pegar na máquina e tirar umas fotografias? :D

28 de novembro de 2012

una siesta, por favoré

    Ando tão cansada, tão farta desta rotina. São testes atrás de testes, trabalhos em cima de trabalhos e para não faltar a festa de inauguração da biblioteca (a tal que eu vou ser apresentadora). É tudo!
   Não tenho tido tempo para ler nem escrever e nem mesmo paciência e criatividade para desenhar, está caótico para estes lados.  Durmo em qualquer sitio, em qualquer lugar, a qualquer parte do dia e a qualquer hora. Desde que seja para reconfortar e revitalizar o sono, está tudo bem.

         E só de falar em sono e dormir, os meus olhos já estão a ceder à tentação.

Boa  Noite   :))

#3

Eu: Eu agora tenho olhos para ti e tu? Tu não queres saber.
Ele: Nunca perguntaste se queria ou não.
Eu: Queres?
Ele: Sempre.
Eu: E onde anda o sempre quando eu não estou presente?
Ele: No meu coração.
Eu: És tão previsível.

26 de novembro de 2012

algo que o vento leva.


Esconde tudo leva o meu cheiro para casa e esconde-o dentro de uma gaveta, não deixes que ninguém saiba que te quero e te desejo, não deixes que te falem de mim, não oiças o que os outros te dizem, eles não estão no meio de nós. Ninguém está no meio de nós, só nós é que estamos aqui. A vida que vivemos é a nossa vida e não a que os outros querem que seja. Vive cada minuto intensamente e no maior segredo, faz como aquele poeta que só deixou que as suas palavras fossem lidas depois de morrer, para que ninguém o julgasse ou pudesse apontar-lhe o dedo.

Guarda-me bem perto de ti, sempre perto, mesmo que eu não te veja ou tu não me fales. Estarei ali, junto de ti como o dia cai e a noite se levanta, silenciosa, altiva, celeste e discreta. Deixa-me ficar ai, ai ninguém me vê, estou protegida pela discrição da noite, pelo silêncio dos pássaros que já dormem e não nos podem denunciar. Serei uma sombra, um suspiro, um sorriso, uma festa no teu cabelo.

E a minha presença, certa e segura junto ao teu coração, vai-te trazer de volta os sons das nossas conversas. A temperatura das nossas mãos entrelaçadas uma na outra, o sabor da minha boca na tua, o meu olhar dentro do teu como se nunca tivesse partido, como se nunca mais precisasses de voltar a essa estúpida rotina que nos rege os dias e as noites. E nunca mais te sentirás uma pessoa normal, igual às outras, porque é agora que podes ser dono da tua vida e do teu coração, é agora que tudo pode acontecer de outra forma e a vida se transformar em algo que sempre sonhaste!

#2

A meio de uma conversa por mensagens:

(...)

Ele: Não sejas assim.
Eu: Assim como?
Ele: Máááá.
Eu: Não estou a ser má.
Ele: Estás quase a dizer que não quero saber de ti.
Eu: E queres?
Ele: Só te fazia uma coisa se tivesse ao pé de ti.
Eu: O quê?
Ele: Dar-te um murro na perna, depois contratavas-me para puxar a cadeira de rodas visto que estás com a outra perna ligada. Ia cuidar de ti  amor *.*

- o que eu sofro neste mundo.


ADORO BAD BOYS. e não sou uma good girl :p

25 de novembro de 2012

#1



Eu: Posso-te perguntar uma coisa?
Ele: Claro.
Eu: Foi fácil?
Ele: O que foi fácil?
Eu: Deixar-me. Dizer todas aquelas coisas lindas que pareciam sinceras e depois ir embora como se não fosse nada. Como se não fossemos nada. Como se eu não fosse nada.

Dilema.

 Tenho em Dezembro uma festa na escola em que me voluntariei para apresentar. Mas tenho um grande problema o que vou levar vestido? Que cor? O que calçar? Que penteado? Que acessórios? 

HELP MEEEEEEE !

O príncipe (des)encantado.

Mereces alguém que te ame a cada batida do teu coração.

 Alguém que pense  e que te respeite a cada instante. 

Alguém que passe cada minuto do dia apenas a perguntar o que estás a fazer, onde estás, com quem estás e se estás bem. 

Precisas de alguém que te possa ajudar a alcançar os teus sonhos e proteger-te dos teus medos. 

Alguém que te trate com respeito, que ame cada lado teu, especialmente os teus erros. 

Deverias estar com alguém que possas fazer feliz, realmente feliz, flutuando de felicidade. 

Alguém que deveria ter aproveitado a chance de estar contigo anos atrás, em vez de ter se assustado e se amedrontado demais para tentar.

ausência que dói.


Outrora era descontrolada tendo sempre o controlo naquilo que fazia, era feliz e segundos depois infeliz, tinha tempo e continuava a ter tempo.

Agora, sou descontrolada a todas as horas, tenho momentos de felicidade misturados com momentos de infelicidade e definitivamente perdi o meu tempo.

Perco-me a meio de conversas, desprezo as pessoas importantes, despeço-me fugazmente e nem ligo ao que me dão a entender porque o tempo insiste a ser pouco ou quase nenhum. Vivo em memórias passadas, perdidas e vasculhadas vezes sem conta, e é nesses momentos que me pergunto como o tempo pode ser imenso... A verdade é que não me encontro aqui!

24 de novembro de 2012

  Gosto de rapazes que se vestem bem.






Sunset #3

    Quando recuperei os sentidos a minha visão estava turva e não conseguia distinguir nada à minha volta. E sem nitidez na visão vi um borrão vermelho a vir direito a mim pegando-me ao colo. Eu mal conseguia respirar e comecei a tossir compulsivamente.  Conseguia ouvir sirenes por todo o lado o que parecia atingir a cabeça como pequenas agulhas que me provocavam imensa dor. Quando nos afastamos daquele inferno apercebi-me que o sujeito que me pegara encostou a minha pequena cabeça contra o seu peito e foi aí que senti um odor a suor masculino.

- Está-me a ouvir? - disse o borrão vermelho.

Levantei a cabeça para lhe ver o rosto e vi uns olhos azuis brilhantes que olhavam desesperadamente para mim. Senti uma dor forte no meu braço direito e gritei devido a esse desconforto. Não consegui pronunciar nada e ouvi alguém a suspirar, era ele. A sua voz ouve-se repentinamente e ao mesmo tempo vejo um vulto a aproximar-se de mim.

- Está-me a ouvir? Responda-me!

Sentia-me tonta e nem forças tinha para falar, limitei a mexer o indicador da minha mão esquerda. Os meus olhos cederam à tentação e nesse mesmo instante fechei-os.

                                                                    *     *     *

   Acordei novamente e num ressalto sonhei que tinha sido vitima num incêndio, logo depois vi que estava numa cama de hospital então esse sonho tornou-se num verdadeiro pesadelo, o meu pesadelo. A minha mãe encontrava-se numa cadeira branca ao meu lado e eu perguntei-lhe:

- O que é que eu estou aqui a fazer? - estava com tanto temor.
- Filha.... - ela disse isto de uma maneira que pensei que estava a morrer- Sofreste um acidente. - completou a sua frase.
- Que acidente? Eu estava com o Vasco tão bem.
- Não te lembras querida? - fez uma expressão facial preocupante.
- Não. - fiz uma pausa - E então onde se encontra o Vasco?

  Instalou-se um silêncio medroso e eu comecei com os nervos à flor da pele, o meu corpo começou a verter água, estava a transpirar. Uma dor forte latejava num dos meus braços, levantei o braço na direção dos meus olhos e aquela dor tornava-se ainda mais forte. Tinha o braço direito revestido de adesivos, olhei para a minha mãe e de novo para o braço. Ela continuou calada e baixou a cabeça.

- Merda! Vieste aqui fazer o quê se estas calada? Diz-me o que se passa comigo! - bati com a mão no colchão demonstrando a minha raiva.
- Matilde... - hesitou nas suas palavras.
- Diz de uma vez por todas mãe! - a ira acrescentou assim como a transpiração - Diz-me, por favor.
- O Vasco, - fez uma pausa - Como eu hei de dizer isto? Bem, o Vasco... - não conseguiu dizer-me e eu comecei a ficar irritada.
- Então? Onde ele está? 
- Não sabem dele, minha filha. - baixou de novo a cabeça e eu fiquei sem reação.
- Como não sabem dele? Ele estava comigo. 
- Querida, eu não sei. Foram só as informações que me deram.
- Mas... - a minha voz perdeu-se e voltou de novo o choro que anteriormente era preocupante mas que agora era compulsivo. A minha mãe aproximou-se de mim e consolou-me com um sincero e apertado abraço.Voltei a olhar para o braço e sentia receio de perguntar mais qualquer coisa que seja. Mas arrisquei.

- Mãe! - chamei-a - O que aconteceu ao meu braço? Sinto um enorme desconforto.
- Oh! Querida, sofreste... sofreste de algumas ... queimaduras. - custara-lhe imenso dizer-me as ultimas palavras.

   Estava presa a uma cama branca e feia dum hospital.

Estou completamente viciada numa novela do novo canal da ZON, a Globo. A novela chama-se "Aquele beijo" e os protagonistas são o nosso Ricardo Pereira e a Giovanna Antonelli. Esta novela de Miguel Falabella, está a deixar-me completamente apaixonada :D 


E é por estas e por outras que começo a falar português brasileiro e não consigo parar, isto acontece todos os dias.  Além da novela ser fantástica ainda tem uma música linda linda linda, também estou apaixonada por ela, é esta:



20 de novembro de 2012

BORING

 Tenho teste de português amanhã e ainda não sei nada :(





 E hoje recebi o teste de Técnicas e Práticas das Relações Publicas e Publicidade e por pouco ia tendo um ataque cardíaco mas salvei-me de ir a recuperação. YEYYYY :D

19 de novembro de 2012

Sunset #2

  Ele fez umas caretas provavelmente não estava a perceber o "porquê" de eu lhe ter feito tal coisa. Eu mantive-me firme com os olhos colados ao chão. Colocou outra vez a mão no bolso direito, mas algo lhe fez mudar de ideias, penso que me olhou de relance e desistiu de fumar outro.

- O que se passa? - perguntou com a voz colérica.
- Nada amor. - menti-lhe- Afinal o que tens mais para me mostrar? - perguntei afim de que mudássemos de assunto.
- Nada demais é uma coisa simples.

Na tenda estavam almofadas e cobertores, não me admirei nada, era tão típico dele. Voltei a sentir arrepios a percorrem-me o corpo pois isto só reforçava as suas intenções para a noite que já estava instalada. Na minha cabeça passavam mil e uma recordações do passado e imagens do futuro que estava para vir. Ele não soubera de nada do meu passado, nunca tivera a ousadia de lhe contar. Saberia que iria reagir mal ou talvez deixar-me.

- E o jantar? Onde, como e o quê é que vamos comer?
- Aí está mais uma surpresa. - respondeu-me com um enorme sorriso.
- Como assim? - retorqui.
- Esqueci-me desse pequeno pormenor.
- Como é que isso é possível, Vasco? Deves estar a gozar comigo.
- Oh! Meu amor desculpa. - volta a aproximar-se agarrando-me nas ancas.
- Larga-me, fogo, estou a morrer de fome. - resmunguei.
- Então fazemos assim, vamos um pouco para a tenda descansar e depois vamos até à vila comprar comida.

    Eu não queria, queria era comer e ir direita a casa.  Já sabia que ele ia tentar alguma coisa, aliás, tinha a certeza. Eu para ele só sou um nível de um jogo a caminho de ser alcançado a qualquer momento. Era nesta noite, eu sentia.

- Está tão escura, preferia que tivéssemos aqui à luz do dia. Tu sabes que quando eu era pequena tinha medo do escuro.
- Mas eu estou aqui ao pé de ti, ninguém te faz mal. - descansou-me.
- Está mesmo muito escuro. - insisti com ele.
- Ok, pronto. Eu faço uma pequena fogueira para nos aquecer e fazer claridade, pode ser? - solucionou.

 Foi-se afastando tentando encontrar pequenos braços de árvores por ali abandonados. Amontoou tudo fazendo um circulo juntamente com folhas rabiscadas que tinha dentro dos bolsos do casaco. A aragem que anteriormente era suave desapareceu e naquele momento esta tudo calmo, para acender a futura fogueira tirou do seu famoso bolso direito o isqueiro. E estava a arder e já se fazia luz, eu já lhe conseguia ver o rosto.
- Acho que vou para dentro da tenda está frio aqui fora. - disse-lhe.
- Ok Matilde, já vou ter contigo, vai-te preparando. - pisca-me o olho.

   Eu entrei na tenda com um nó no estômago em vez de sentir borboletas. Definitivamente eu não queria que isto acontecesse , não ali, não agora, e talvez não com ele. «Vai-te preparando», esta era a frase que me estava a enlouquecer naquele momento, o que é suposto eu fazer?

                                                                            *     *     *

Já estava na tenda à alguns minutos e o Vasco não aparecia, achei estranho porque a fogueira já estava arder à imenso tempo e parecia maior mas apenas um pouco. Abri o fecho da tenda e entrou um fumo inimaginável, estava presa entre chamas e tudo estava a arder à minha volta, chamei pelo Vasco mas não recebi resposta. O fumo entranhava-se pelas minhas narinas a dentro segundos depois perdi o oxigénio...

18 de novembro de 2012

LETTER #4

 Foi a nossa primeira noite depois da tua chegada. Quando chegamos a casa pousaste a tua bagagem e agarraste colocaste-me na bancada da cozinha, começaste a beijar-me o pescoço com uma certa dedicação e carinho.

Eu não me controlava e a minha respiração descontrolava-se. Eu desejava-te.  Os nossos lábios reencontraram-se pela vigésima vez hoje, mas parecendo sempre como da primeira. As tuas mãos percorriam o meu corpo, notava-se que também me desejavas.

Foi mesmo ali, na cozinha, que fizemos amor.

O dia estava a acabar e deitámo-nos, adormeceste logo estavas de rastos. Eu fiquei acordada, estudava a tua face, e perguntei-me a noite toda: Porquê que não ficavas; Porquê que tinhas de ir.

16 de novembro de 2012

 Acho que as coisas, por vezes, não acontecem só por acaso.





Hoje de manhã dei logo de caras com ele.

12 de novembro de 2012

Sunset #1

Esta é uma história que começou por ser uma parceria com uma amiga minha, mas como ela não quer continuar. Eu vou continuar sozinha. Espero que gostem :))




   Estava um lindo dia de sol, tinha combinado com o Vasco, o meu namorado, dar um passeio pela floresta. Ele dissera-me que me queria fazer uma surpresa, era de estranhar normalmente ele não era romântico comigo, era do tipo de rapaz banal. Estava-me a preparar para a saída, vestia uns calções de ganga e uma camisa básica branca e não poderia esquecer os meus adorados Converse. E quando comecei a dar um toque de maquilhagem na minha cara, algo me interrompe...

- Matilde! - a voz da minha mãe propagava-se ao longo do corredor. - O Vasco chegou.
- Já vou. - disse com um certo ânimo.


   Desci as escadas a correr sentindo que a qualquer momento me iria estatelar no chão. Peguei na minha mala que era essencial para levar as minhas coisinhas, nomeadamente a carteira, os óculos de sol que o Vasco me tinha oferecido no Natal passado, o bâton do cieiro e o indispensável telemóvel. Abri a porta da cozinha e lá estava ele sentado ao balcão a comer uns aperitivos que a minha mãe lhe metera à  frente. Dirigi-me até ele e saudei-lhe com um beijo, como sempre atrevido apalpou-me o rabo sem a a minha mãe dar conta.

- Dona Núria estou a adorar estas coisas que me meteu aqui. - como sempre deliciava-se todo, chegando ao ponto de lamber os dedos.
- Chamam-se aperitivos, meu querido. - disse-lhe a minha mãe  com um ar de surpresa ao reparar que a sua cultura geral era provavelmente baixa. - Vocês vão aonde mesmo?
- Mãe, o que é que isso interessa?
- Dona Núria não se preocupe que a Matilde está em boas mãos. - soltou-lhe um pequeno sorriso amarelado.
- Eu confio em você Vasco.

   A minha mãe desde o dia em que lhe apresentei o Vasco que o adora completamente. Ás vezes até sinto ciúmes porque a relação deles não se compara à minha relação com ela. Damo-nos um bocado mal e somos mãe e filha enquanto eles são dois desconhecidos.

- Vasco, vamos embora ou ficas aqui com a minha mãe até amanhã?
- Vamos amor, mas vamos a pé.
- Essa é que é a surpresa? - disse-lhe com a preguiça a crescer.
- Não, mas vamos.

  As nossas mãos encaixaram-se na perfeição ocupando todos os espaços entre os nossos dedos, despedi-me da minha mãe e ele igualmente fez o mesmo. De seguida fomos rumo à floresta. É impressionante como bastou deixarmos de ver a minha casa para ele colocar o mão dentro do bolso direita das calças (onde normalmente guarda a droga) e tira um charro já feito. Odeio quando ele faz isto perto de mim mas também me incomoda quando o faz sendo em qualquer local. Eu vivo no medo que ele seja apanhado mas ele próprio nem sente esse receio, parece que não tem noção das consequências.

- Estamos quase a chegar. - disse com uma voz rouca.

Quando ele me disse aquilo já avistávamos vestígios de uma noite futura. Uma tenda verde estava pregada ao chão e a decoração daquele local estava magnifico, havia velas que indicavam o caminho para a tenda como se fossem setas. Mas muitas delas já estavam apagadas devido á ligeira aragem que também fazia com que as folhas das árvores fizessem uma agradável melodia. Estava com receio, com mesmo muito receio. Percorriam-me derivadas imagens na memoria de antigas e más recordações.

- Vamos dormir aqui? - retorqui.
- Sim, só nós os dois. - disse com um olhar galã.

Senti vários arrepios alternados pela coluna vertebral acima. E nesse preciso momento ele agarrou-me e colou o seu corpo ao meu, fazendo com que os arrepios se tornassem mais fortes. Os nossos lábios encontraram-se pela segunda vez hoje, e as suas mãos percorriam as curvas do meu corpo. Minutos depois continuávamos no mesmo lugar a fazer as mesmas coisas, sentia algum desconforto mas também me sentia bem ao estar com ele. Até ao ponto de que lhe comecei a sentir a erecção, o meu coração acelerou e parecia que saltava do peito, a minha adrenalina estava a fazer efeito.
 O sol já se começava a pôr, e aí descolei o Vasco de mim....

11 de novembro de 2012

VIII - Ondas do futuro.

- Quer tomar alguma coisa? - disse-me a aeromoça.
- Não, obrigado. Mais logo. Sabe-me dizer a que horas é que chegamos?
- Daqui a umas 3 horas, senhor. Resto de boa viagem. - a aeromoça, sorriu-me até não me ver mais.

  A minha princesa estava a dormir, dormir bem. A sonhar, sonhar com algo bom. Pois, enquanto dormia sorria, e o seu sorriso brilhante e contagiante deixava-me de bom humor.

                                                                 *         *            *



Estávamos quase a aterrar, eu tinha acordado do meu primeiro sono com alguma turbulência de momento, o sol estava a nascer e já entrava pelas ranhuras da pequena janela do avião. A Joana acordou agora, espreguiçava-se ao comprido até que me deu um chapada com o braço, sem intenção. Olhou para mim ainda com os olhos meio fechados e disse com um bocejo à mistura:

- Bom dia.
- Bom dia, princesa. - disse-lhe.
Ela abriu a espécie de cortina da janela, e sobressaiu logo o mar, estávamo-nos a aproximar de terra. E ao mesmo tempo dissemos:
- O mar... - olhamos um para o outro e sorrimos. - O mar lembra-me o dia em que te conheci na praia deserta, nunca me chegaste a contar a sua terrível história. - disse-me com um sorrisão nos lábios, que eu gostava de quebrar com um beijo.
- O mar a mim faz-me lembrar a minha doce terra, e dos dias infinitos que passava com a prancha de bodyboard debaixo de mim. - retribui-lhe o sorriso. - A história da praia deserta? Talvez num dia longínquo te conte, não me sinto preparado para te contar. Nunca contei isto a ninguém.
- Eu compreendo-te. - encostou-se ao meu peito. - Estou com um bom feeling desta viagem.
- Senhora, já perguntei aqui ao seu namorado - olhou para as nossas mãos - se ele desejava algo, você deseja algo? Para beber ou comer? Estamos mesmo a aterrar.  - disse a aeromoça à Joana mas sempre com olhos em mim.
- Não, muito obrigada. - disse a Joana. - Ela não tirava os olhos de ti. - disse quando a aeromoça desapareceu.
- Eu sei, sou irresistível.
- És mas é parvo.
- Bem voltamos ao início? - sorri-lhe e mordi o lábio.
- Se for necessário voltamos. E não faças isso com o lábio, sabes que me deixas doida assim.
- Por acaso não sabia, não devias ter dito isso.


 Estávamos a aterrar, saímos do avião e num instante já estávamos a percorrer a cidade no taxí. Instalámo-nos no hotel mais conceituado no coração de Florença. Ficámos num quarto de casal, a Joana disse " só para não gastarmos muito dinheiro" e eu pensava "Nós. Eu e Tu. Num quarto, não vai ter um bom resultado." Já se fazia de noite e eu estava super cansado, o contrário, a Joana pulava de um lado para o outro explorava o quarto do hotel de uma ponta à outra e não se cansava de dizer " Olha só para isto, brutal! ".

- Vamos sair? É a nossa primeira noite, não podemos ficar enfiados num quarto.
- Podemos sim. - disse-lhe deitado na cama sem vontade para sair do aconchego.
- Anda seu molengo. - puxava o meu braço mas sem sucesso eu continuava no mesmo lugar. - Vamos jantar os dois e passearemos os dois depois desse jantar.
- Está bem. - disse-lhe com um ar melancólico.

                                                                       *         *          *

 O jantar estava ótimo e a companhia era a melhor, estávamos a passear de mãos dadas pelas ruas cheias de Florença, ela mostrava a estes Italianos que existia paixão em nós. As lojas tentavam atrair pessoas com descontos imponderáveis, existiam estátuas humanas, existiam assadores de castanhas, existiam flahsmobes   de vez em quando , e o que me chamou mais a atenção foi uma senhora vidente que se encontrava com uma única mesa à sua frente.

- Vou ali Joana, já volto. - sim, eu ia mesmo àquela senhora vidente.

- Boa noite.
- Boa noite meu querido. - disse a senhora com a voz esganiçada.
- Sabe porquê que venho aqui.
- Sim, é viajante?
- Sou, estou de passagem.
- Então, só de olhar para si tenho-lhe a dizer que esta sua viagem vai ter altos e baixos. Será como a maré que você tanto conhece.


Continua.

10 de novembro de 2012



Estou em estado zen, hoje.



3 de novembro de 2012

Another Letter #3

Amor,
Hoje estou bem disposta, é o dia do nosso reencontro. Arranjei-me, vesti o vestido amarelo que tanto adoras e dizes que me favorece. Maquilhei-me e penteie o meu longo cabelo castanho, fiz uns caracóis mas não parecendo muito artificiais. Olhei-me pela milésima vez ao espelho e parecia que me faltava algo. Depois de algum tempo em frente ao grande espelho apercebi-me que faltava a nossa aliança. Como me poderia ter esquecido dela?

Fui todo o caminho até à estação do metro a pensar como irias reagir quando me visses novamente, será que correrias num ápice para me poderes abraçar ou se ficavas paralizado com a antiga sensação de me teres todos os dias na tua vida. Ou até mesmo se não me visses ou me ignorasses. Eu não sei, não sei nada de ti desde o dia da despedida. Não sei se o nosso amor ainda se encontra ativo para ti ou se já morreu, com a entrada de uma paixão ilusória. Só daqui a uns minutos terei as respostas para estas perguntas que me estão a atormentar e fazer tremer sem razão. O metro chegou, via centenas de pessoas a sair e algumas a abraçar familias, tal como eu esperava que acontecesse comigo e contigo.

 Não havia sinais de ti. Quando a esperança se torna frágil, com episódios que nos deitam abaixo, tem mais facilidade em desaparecer. E quando a esperança quase falece tu sais da porta do metro. Com montes de bagagem, com um corte de cabelo diferente, mais magro e com o mesmo olhar que me tinha deixado mas desta vez feliz. Tu viste-me logo, vinhas na minha direção em câmara lenta, como nos filmes. E a uns metros que separavam os nossos corpos, eu lembro-me,  tu disseste " Continuas linda. " Eu quebrei a distância que havia entre os nossos corpos, que se desejavam desde à muito e aconcheguei-te da longa viagem com um beijo mágico.

VII - Valoriza-te.

    Ela ficou estática a olhar para o céu, era a maior "coisa" que tinha feito a uma rapariga e com mais sentimento, mas na realidade a Joana não é uma rapariga qualquer. Ainda me encontrava do outro lado da rua mas apesar da distância conseguia ver o brilho dos seus olhos. Era um avião branco e pequeno, um avião banal. Trazia uma mensagem: "VALORIZA-TE", era uma palavra simples que criava um misto de emoções, sensações e sentimentos. Com o som do avião e dos carros que passavam entre nós a alta velocidade não consegui perceber o que dizia mas percebi que tentava comunicar comigo. O avião finalmente já ia longe mas ela não deixava de seguir com o olhar o percurso deste. Até que baixou esse estrondoso olhar. Eu gritei:
 - O que disseste? - não obtive resposta, ela nem se mexeu. Nesse preciso momento caiu-me uma pinga na testa, e mais outra e continuava a cair, olhei para o céu e estavam umas nuvens escuras e muito pesadas. Então, começou a chover torrencialmente. Subi as escadas já um pouco molhado, abri a porta e ela estava na varanda, não se tinha mexido e soluçava constantemente. Aproximei-me dela e senti a sua respiração descontrolada, apercebi-me que chorava. Num abraço apertado sussurrei-lhe ao ouvido:

 - Já te disse que não te podes ir abaixo.
 - Eu sei, mas é difícil Salvador.
 - Tu não te podes prender a ele. - disse isto com alguma brutidão.
 - Tenho que me valorizar, não é?
 - É o mais importante, não te esqueças do que ele te fez. - estávamos a ficar encharcados mas mesmo assim dei-lhe um beijo envergonhado na bochecha.
 E nesse segundo a Matilde abre a porta com alguma brusquidão como se soubesse que eu e a Joana nos estávamos a reconciliar. Depois entrou o T, já não o via à algum tempo mas também não fomos os melhores amigos nem os melhores inimigos apenas ele não gosta muito de mim e ele para mim é indiferente. Eles entraram,  disseram " boa tarde" e foram logo para a cozinha, falavam baixinho eu olhei para a Joana e ela olhava para mim, percebemos que provavelmente falavam de nós. Eu dirigi-me à casa de banho para poder tirar aquela roupa encharcada e tomar um duche, e ela veio atrás de mim. Fechou a porta.

- O que estás aqui a fazer? Eu gostava de tomar banho.
- Desculpa. - morde o lábio.
- Não vais sair?
- Não. - nesse momento vai até à porta e tranca-a.
- O que estás a fazer, Joana?
- Não se vê bem? Estou a trancar a porta.
- Para quê?
- É preciso ser tão explicita?
- Sim, explica-te. Que pretendes fazer com isto?
- Existem coisas que têm mais piada se não forem explicadas. - sorri, aproxima-se cada vez mais. Despe-se e ...
- Sabes o que estás a fazer?
- Sei, Salvador.
- Tens a certeza?
- Cala-te.
- Cala-me. - beijou-me e continuou a beijar-me. Entramos no duche, ainda com roupa interior. Estávamos num conto de fadas e a cada segundo isto podia acabar, era talvez uma ilusão, um sonho, uma irrealidade.

- Viaja comigo. - disse.
- Para onde?
- Vem comigo para Itália. - A Matilde estava na sala e gritava pela Joana, parecia estar novamente a chorar como nos dias anteriores, a Joana saiu da banheira e eu fui atrás dela, cobertos com toalhas. Saímos os dois ao mesmo tempo e a Matilde estava com o T, sentados no sofá. Ela chorava e depois disse: " Vão desligar as máquinas."