O Diário de Jasmine #2

 Dia 30 de dezembro de 2009


    Já eram 02:00 da madrugada quando decidi mandar mensagem ao Tyler :  « Queres que leve o quê de bebidas para a amanhã? »  Só mandei mensagem porque queria falar com ele, não necessariamente porque estava interessa nas bebidas. Minutos depois recebo a sua resposta « Não sei deixo isso a teu critério o importante é estares presente :D »  WOOOW !!  Fiquei super tempo a olhar para o ecrã do telemóvel, e a pensar que devia ter ido falar com ele antes. Respondi: « Estarei como é óbvio :) » ao que 2 segundos depois recebo « Ainda bem, tenho imensas saudades tuas Jas. Um beijo e até amanhã. »

Dormi super bem o resto de noite, mas acordei com os berros dos meus pais.O pequeno Joel chorava no do segundo andar, desci a escadas do sótão porque o meu quartinho é no sótão e fui direitinha ao quarto de Joel. Peguei nele ao colo e levei-o até onde estavam os meus pais, na cozinha. Disse « Mas vocês não teem vergonha? Parem com essa estupidez, comportem-se como pessoas civilizadas. O Joel estava a chorar e vocês nem o ouviam. » Dei o pequeno Joel à minha mãe e ela fez sinal de "desculpa, estou arrependida.".

Depois do almoço fui à casa da Mia e para meu grande espanto  quem me abriu a porta foi Nathan. Ainda me lembro da sua triste imagem, estava de boxers e quando me viu começou-se a rir, eu para não parecer mal também retribui o riso. Disse então «Já vi que interrompi algo, diz à Mia para me ligar hoje à noite. Ah, e divirtam-se.» Fui num àpice para casa e pensei na conversa que tivera com Nathan no dia anterior. Afinal que raio de ponto final é aquele?
  Esperei pela chamada de Mia mas nada, muito provavelmente a diversão prolongou-se até à noite, ou então Nathan nem lhe deu o meu recado. Posto isto, liguei a Emily que também é uma grande amiga, costuma andar comigo e com a Mia na escola. É uma rapariga muito querida e envergonhada, não dá muito nas vistas mas é completamente linda, de cabelos ruivos e olhos cinzentos com umas sardas que lhe favorecem imenso.Além de tudo isso, Emily é apaixonada por Nathan à anos e por vezes custa-me imenso vê-la entristecida e revoltada devido à estranha relação de Mia e Nathan. Então, liguei a Emily e perguntei-lhe logo o que iria levar vestido amanhã, ela disse que iria levar um vestido azul de gala e uns saltos altos pretos muito clássicos. Ficámos imenso tempo a falar e depois de Emily desligar porque tinha de ir pôr o irmão a um jantar eu fui vasculhar o meu armário. Cheguei à conclusão que não tenho nada de jeito e WOOOW para levar amanhã para a passagem de ano.
Definitivamente, tenho de ir às compras.

Luv, Jasmine *

O Diário de Jasmine #1

Dia 28 de dezembro de 2009


Hoje é o primeiro dia que te escrevo papel novo, sei que contigo irei partilhar todas as minhas duvidas, desilusões, paixões, e até mesmo os meus maiores segredos. Recebi-te no Natal deste ano, para estranhar foi a minha madrinha que me deu, realmente já tenho 16 anos e mesmo assim ela continua a dar-me prendas para raparigas de 12 ou 13. Demorei a escrever-te pois estava na duvida se o iria fazer, depois pensei bem e perguntei-me porque não? E cá estou eu.

  Vou começar pelo meu atribulado natal, a família toda junta um enorme reboliço. Parece que se desconhecem-se ou desconheciam-se segredos muitos antigos na família o que criou com que este natal o tio James e a tia Sophie não tenham comparecido no jantar. O pior é que não pude estar com os meus primos visto que sempre fora uma altura do ano que passara com eles e sem eles não era a mesma coisa. Tudo o que recebi este Natal esperava nem receber, apenas queria mais atenção do meu pai mas nem isso foi possível num dia tão dedicado e importante para a nossa família. O meu pai, Marcus, é empresário numa Multinacional o que faz com que viaje imenso e não dê tanta atenção à minha pobre mãe, Eleanor, e ao meu irmão pequeno, Joel. Se não fosse a empregada que contratamos estávamos bem feitas com o adorável Joel. A minha mãe nada ou pouco faz da sua vida, mas para crianças é uma desgraça ao contrário de mim que até me safo. Nós as duas somos muito chegadas, ela é como se fosse a minha melhor amiga além da Mia a minha melhor amiga de infância. Mas o meu pai é um mero desconhecido.

  Hoje recebi uma mensagem sobre a estrondosa passagem de ano que os meus amigos estão a organizar, que irá ser na casa do Tyler, um rapaz moreno com os olhos cor de mel, o seu físico é bem estruturado e a sua personalidade é bastante forte. Eu e Tyler já tivemos um caso à poucas semanas numa festa de fim do primeiro período, depois do que tivemos que foi completamente inesperado não falamos mais, ninguém disse nada. Talvez por falta de coragem ou até da parte dele, desinteresse. A verdade é que a festa será daqui a 3 dias e não faço a mínima ideia como vou aparecer à frente do Tyler.

Boa noite, luv Jasmine *


Dia 29 de dezembro de 2009

    Hoje acordei ao som da chuva, batia fortemente contra a janela. Logo aí, o meu dia ficou quase completo. Levantei-me e fui lavar a cara como sempre. Comi algo e pus-me à conversa com a Emma, a nossa empregada, « Bom dia minha linda, já por aqui a estas horas? » perguntou-me. « Parece que sim, não me apeteceu dormir mais.» respondi-lhe. A conversa desenrolou-se até que foi interrompida pelo som do meu telemóvel era uma mensagem do Nathan,o meu melhor amigo. Convidava-me para depois do almoço ir ter com ele ao café da vila parece que precisava de falar comigo urgentemente e por telemóvel não era o mais indicado.

Nada fiz de mais interessante até ir ter com Nathan ao café, ele estava na esplanada sozinho com o seu café e o cigarro na mão. Cumprimentei-o e sentei-me ao seu lado perguntei o que se passava e logo depois ele faz uns sons animalescos que mostrou a sua raiva e descontentamento com aquilo que me ia contar. Parece que a Mia o anda a desprezar por completo e o pior que podem fazer a Nathan é mentir-lhe e ser desprezado ou ignorado, ele não lida muito bem com essas duas coisas. Nathan era apaixonado por Mia à mais de 1 ano mas ela sempre foi indecisa com ele, ou o queria ou então não. Estasse mesmo a ver a trapalhada em que esta história vai. Nathan perguntou-me o que poderia fazer e eu apenas disse : « acho que está na altura de pores um ponto final na vossa história. ». O meu final de dia foi calmo a ver a minha série favorita.

Luv, Jasmine *

VI - Olha para o CÉU.

 

 Acordei pela madrugada, o sol ainda não tinha nascido. Olhei novamente para o tecto e todos aqueles pensamentos antes de dormir voltaram. O rugir da porta do quarto da Matilde actuou e ecoou pela cozinha-sala. É óbvio que os meus pensamentos se desviar perante aquele som ensurdecedor, era a Joana, movimentava-se para a pequena casa de banho. Mas, antes de abrir a porta da casa de banho olhou para trás e estava lá eu, no sofá, imóvel a olhá-la de alto a baixo. Encontrava-se apenas com roupa interior, como não é de estranhar fez-me sentir que estava num mundo irreal, fez-me pensar que aquela era a nossa casinha e que devido a uma discussão na noite anterior ela me metera a dormir no sofá e que segundos depois disto ela ia saltar para cima de mim e pedir-me desculpa por tudo o que acontecera na noite passada. Mas tudo não passou de um pensamento estúpido, nós encontramo-nos separados e continuaremos assim, o mundo real voltou e eu estava na casa da Matilde, a rapariga que está completamente "in love" por mim e como uma das suas amigas, a Joana, que eu estou completamente apaixonado por ela desde o verão passado.

Joana, estava também imóvel a olhar para mim. Os nossos olhares estavam em conflito.
- Talvez até tenhas razão, estou a ser ingénua. - abriu a porta da casa banho e em menos de um segundo a fechou para que eu não pudesse sequer tentar responder.
Ela estava a falar do Ricardo? , perguntei-me. Muito provavelmente, sim. , respondi-me. Isto é tão bom, só de pensar que  ela já está a ter noção do quão parva está a ser perante a situação que aconteceu. Eu não vou desistir dela.

 Alguns minutos depois, ela saiu da casa de banho. Voltou a olhar para mim de uma forma ainda mais intensa e foi para a varanda. Eu continuei no mesmo lugar, a pensar numa maneira de "conquistar" outra vez a Joana, depois de algum tempo de volta dessa ideia na cabeça surgiu-me algo que talvez possa resultar. Levanto-me muito apressadamente vou direito à minha grande mala dos escuteiros (sim, eu já fui escuteiro, quando tinha uns 7 anos), tiro de lá uns boxers lavados, uma t-shirt da Billabong, a minha patrocinadora, e uns calções da mesma marca. Fui à casa de banho, e dirigi-me novamente à sala, comecei a despir-me e a trocar de roupa sem reparar que a Joana estava na varanda completamente a olhar para mim.

- Acho que devias ter mais cuidado Salva, aliás, estás sozinho numa casa com duas raparigas. - ela provoca-me.
- O que é que tu viste? - disse com uma expressão facial preocupada, com os olhos arregalados e a boca aberta.
- Tudo. - ele ria-se.
-Tudo, tudo? - ela não respondeu,  foi para o quarto novamente. Eu feito parvo de boxers no meio da sala seguia o seu percurso até ao quarto com o olhar.

Bem, ok, se viu pronto viu. Ria-me por dentro com esta situação mas com a mesma pressa vesti-me e comi algo na cozinha, lembrei-me que para conseguir fazer aquilo que pensei precisava de ir vasculhar a agenda da Matilde. Procurei na mesinha no hall de entrada e BINGO, estava lá a agenda. Fui à letra J, e tirei o numero de telemóvel da Joana. Deixei tudo como estava peguei no meu BlackBerry, vi as horas e eram 08:30 da manhã. Sai e fui ao destino desejado. A Joana vai ficar sem reação possível, disse para mim depois de tratar de tudo. Peguei no meu telemóvel e escrevi uma mensagem, claro para a Joana " Lembraste do que aconteceu hoje quando estavas na varanda? Se lá voltares agora e esperares uns minutos terás uma nova surpresa e esta até pode ser mais agradável :p Beijo, Salvador." Carreguei na tecla enviar e corri para casa para ver a sua reação com os meus próprios olhos. Depois de muito esforço porque onde tinha ido não era propriamente perto consegui chegar a tempo fiquei no outro lado da estrada para conseguir vê-la, lá estava ela na varanda do 2º andar.

- Estás completamente sem fôlego, isso deve-se à surpresa?
- Pode-se dizer que ficar sem fôlego vai compensar. - sorri desajeitadamente para ela.
- E então? A surpresa vai-se dar conosco assim? Separados?
- Separados só por agora. - mantínhamos uma conversa no meio da rua, ela na varanda e eu no passeio. Já se ouvia o som da surpresa.
- E onde anda a surpresa? Ou não existe nenhuma surpresa? - estava ansiosa.
- Está a chegar.
- Então Salvador? - e também estava a desesperar. - Não me faças perder tempo. - e também um pouco rude.
- Olha para o CÉU e cala-te. - disse com um sorriso contagiante e super confiante.

Continua.