5 de janeiro de 2012

XVI

   Continuei a correr até casa mas parei durante 2 minutos a visualizar a praia deserta e tal como é seu nome estava completamente deserta, sem uma única pessoa na areia nem no mar. Questionava-me qual seria a história tão trágica daquela bela praia que fez com que ninguém se dirigi-se lá. Bom, apenas os estrangeiros, tais como ingleses, franceses e ucranianos iam lá por causa das ondas ou então porque como eu achavam a praia bonita. E com isto tudo nem sabiam que a praia não era "habitada" e tinha uma tal história talvez assustadora e misteriosa para se saber.
   Mas, apesar de me perguntar a razão que esta praia é deserta também me perguntava a grande razão do Salvador ser o único português que se atrevia a meter lá os pés. E essa grande perguntava não tinha nenhuma resposta, é que não tenho a mínima noção do motivo de ser o único a dirigir-se até lá. Contudo, todos mas mesmo todos ignoravam aquela praia, e além disso era super linda apesar de não ser vigiada por nenhum nadador salvador, o mar tinha uns tons de verdes e azuis e parecia não ter fim. Estava tão envolvida naquela paisagem que nem ouvia um único som, nem mesmo o barulho que o Ricardo fazia com os sapatos, ele chegou e agarrou-me por de trás o que fez com que eu apanhasse um grande susto.

Ricardo: Olá meu amor!
Joana: Ai, que susto. - disse com o coração a bater numa velocidade imensa. - Não estava à espera.
Ricardo: Eu reparei, estavas imóvel a olhar para o mar.
Joana: É lindo.
Ricardo: Tu és mais. - disse com uma voz grossa, mais que o habitual.
Joana: Ó amor estás tão fofinho hoje.
Ricardo: Foi da noite de ontem, conseguiste deixar-me assim.
Joana: Como consegui? Eu sou o máximo. - disse enquanto me virava de frente para ele.

Fez-se um grande silêncio entre nós com um barulho de fundo, as ondas do mar. Estava um pouco de vento e o meu cabelo esvoaçava fazendo imensos embaraços mas ao mesmo tempo tornando-me free. Ele estava virado de frente ao sol e como era gigante o sol iluminava-lhe a cara o que fazia com que os seus grandes olhos azuis misturados com cinzento sobresaissem. E eu com isto tudo fiquei deliciada, ele é completamente lindo!
  Abracei-o com a maior parte das minhas forças, sentindo a sua respiração no meu pescoço e a paisagem ajudava naquele momento. Estava com  vontade de lhe dizer aquilo... Aquilo... Que o amo. E parecendo que me leu os pensamentos, aproximou a sua boca da minha orelha direita e disse:

Ricardo: Amo-te!

O silêncio maldito volta a aparecer, e a minha boca parecia estar cosida pois não consegui pronunciar nem uma única palavra. As minhas mãos tremiam foi a coisa mais sincera que me disseram, nem mesmo o Diogo tivera a coragem de me dizer que me amava.

Ricardo: Não dizes nada? - disse fazendo uma cara de preocupação.
Joana: Nunca ninguém foi tão sincero comigo desse modo.
Ricardo: Nunca to disseram?
Joana: Já mas dito por ti teve um impacto diferente, foi verdadeiro o que disseste, eu senti. Por isso é que não tive reacção.
Ricardo: Quero-te fazer feliz. - disse ao mesmo tempo que me agarrava pelo ar .

E de novo, de um momento para o outro estava com os meus dedos entrelaçados nos dele. Ele mimava-me fazendo caricias na cara e beijando o meu pescoço. E nesse momento eu não tive medo.

Joana: És especial para mim, também te amo.