7 de janeiro de 2012

XVII

    E o tempo passou a voar, já eram 18:00 horas e estava tudo uma lástima. A cozinha estava toda desarrumada com restos de comida nos pratos do almoço, e um monte de loiça suja no lava-loiça para ser lavada quando não tivesse mais espaço para acumular. O Ricardo e o T divertiam-se a jogar counter strike, são completamente viciados, com os olhos vidrados no ecrã e o corpo imóvel apenas os seus dedos se mexiam. Eu e a Sara estavamos no 2º andar, na varanda com vista para a praia deserta. Estávamos a por a conversa em dia, que bem precisávamos, já não falamos só nós à umas boas semanas. Na varanda tinha uma pequena mesa para pôr-mos um livro ou algo assim do género, e duas cadeiras de rede que baloiçavam, eu adorava aquelas cadeiras.

Sara: Estou a começar a gostar do T.
Joana: A sério? Não tinha reparado nisso. - disse-lhe com um certo sarcasmo.
Sara: Ó Joana não sejas irónica.
Joana: Sarinha, eu sei que gostas dele à bastante tempo.
Sara: Isso não é bem verdade. Eu agora tenho a certeza que gosto mesmo dele, que o amo. E antes, apenas era uma coisa com quase nenhum significado.
Joana: E eu tenho a certeza que ele sente o mesmo.
Sara: Pois, mas sabes que ele estava boé interessado na Adriana da nossa turma.
Joana: Acho que isso já faz parte do passado. Tu vês bem como ele olha para ti?
Sara: Não da mesma maneira que o Ricardo olha para ti.
Joana: Ó Sara...
Sara:  É verdade Joana, eu tenho um certo medo de dizer que gosto dele ou que estou interessada.
Joana: Tens que perceber que também são coisas diferentes, a minha relação com o Ricardo é diferente que a tua relação com o T, daí diferentes olhares e não sei quê. - disse-lhe muito sinceramente. - E não tens que ter medo.
Sara: Que achas que deva fazer?
Joana: Falar com ele.
Sara: Vou ganhar coragem. - disse ainda com um pouco de receio. - E agora uma coisinha, quem era aquele rapaz que estavas a falar ontem à tarde?
Joana: Era um atrasado mental que se meteu comigo.
Sara: Era bem bonito. - sorri.
Joana: Achas? Eu não achei nada de especial.
Sara: O quê? Ele assim à primeira vista pareceu bem bonito. Tu tens cá uma sorte.
Joana: Sorte? Nem tu sabes o que aconteceu hoje, não me largou.
Sara: Queres trocar de posição? - disse ao mesmo tempo que se ria.
Joana: Olha, não me importava nada.
E do nada o Ricardo aparece á porta...
Ricardo: Não te importavas de quê?
Sara: De... - interrompia.
Joana: De ir lá abaixo buscar um copo de sumo para a Sara.
Ricardo: Eu vinha buscar-vos para irem lavar a loiça. - ri-se.
Sara: O quê? - disse indignada.
Joana: Não és nada marxista.
Ricardo: Vá vá, vou para baixo e fico à vossa espera. - disse a rir-se novamente, e depois chegou-se ao pé de mim e deu-me um beijo, e desceu.
Sara: Porquê que não lhe disseste?
Joana: Não quero que ele saiba, não o quero preocupar.
Sara: Como assim?
Joana: O Salvador anda sempre atrás de mim, ou se não anda é um grande coincidência.
Sara: Mesmo assim devias de lhe contar.
Joana: Ok, vamos mas é descer.

Lá em baixo...

T: Vá comecem a trabalhar. - disse na brincadeira.
Sara: E que tal me vires ajudar?
T: Népia, estou bem aqui.
Joana: Ai que nem penses que nós ficamos aqui a lavar isto tudo e tu e o Ricky aí sentadinhos.
Ricardo: Eu não sei lavar a loiça.
T: Que rei. - ri-se.
Ricardo: Mesmo meu irmão.
Joana: É assim,  eu lavo, a Sara passa a loiça por água, o Ricardo seca e o T arruma-a. Vá vá.
T: Fogo, não quero nada.
Ricardo: Anda lá, a minha princesinha precisa de ajuda.

Fui vendo os passos da Sara com o T, ela tentava aproximar-se e ele nem dava conta disso. Bem espero que isso mude logo à noite, íamos todos sair a uma discoteca ou bar, precisamos mesmo de nos divertir.