16 de fevereiro de 2013

Pride of Love XIV - Confissões



  Aquilo deu-me a volta à barriga, ele lançou-me um olhar de raiva e de quem também era capaz de me matar, ele tinha muita dor dentro de si. A agente da autoridade que me seguia aproximou-se.
- Ele vai agora prestar declarações e falar connosco  quer ouvir da  sala onde estão agentes especializados para saber se na realidade é verdade aquilo que ele diz?
- Sim eu quero saber o que ele tem a dizer, mas depois disso eu e a Joana vamos apanhar o próximo voo para Portugal não aguento estar aqui por muito mais tempo já que as nossas férias foram por água abaixo.
- Então siga-me até à sala, por favor.
   A viagem até à sala tornou-se tão grande, é estranho, a Joana foi comigo. Ela disse "não te vou deixar sozinho" , e o seu gesto à ida para a sala foi super atencioso, entrelaçou a sua mão na minha e disse novamente "estou aqui". Finalmente, chegamos à sala onde conseguíamos ver para a sala onde o meu irmão ia ser entrevistado mas ele não nos conseguia ver. Já tinha visto destas salas nos filmes e nunca imaginei estar nesta posição. Faziam várias perguntas ao meu irmão mas ele não cedia a nenhuma, estava a dar-lhe cabo da cabeça e ele iria ceder daqui a uns minutos. Ele chamava-se Sérgio, eu até gosto do nome. Ele começou a falar num tom baixo que mal se percebia.

- Sabe o que é ser abandonado à nascença só por pensarem que tem uma deficiência  Você não sabe a dor de ser rejeitado, você não sabe o que passei por não ter família e a minha família ser uma simples cama e almofada, você não sabe o que é levar porrada por ser criativo, você não sabe o que isto tudo é e tudo o que senti. Ninguém faz ideia, só os que passam por isto sabem o que é sofrer. Mas eu não estou aqui para me lamentar, não tenho mais nada a dizer, levem-me para onde devo ir. - o seu discurso deixou-me de boca aberta, nem sabia que dizer, estava estupefacto a Joana apertou-me a mão e disse:
- Está tudo bem? - eu acenei com a cabeça ele finalmente confessou o que fez....
- Sim eu matei-o, mas isso vocês já sabem. Ele não era o meu pai, era um homem reles que me deixou cuidou de um e o outro só por pensarem que tem deficiência pôs de parte, para um sitio onde nunca me sentiria bem e com família. Foi na praia da Zambujeira do Mar, numa noite escura, ele estava metido no ramo da droga e eu descobri tudo sozinho o seu paradeiro para finalmente dar-lhe aquilo que ele merecia.

  Aquilo finalmente tinha acabado, estava de rastos, ouvi-lo falar assim do meu pai, ouvi-lo contar a sua história de vida tinha mexido muito com o meu sistema nervoso. Agora só vou sair dali pegar na minha prancha e surfar até que anoiteça. E no dia seguinte partir novamente para Portugal, o melhor a fazer é esquecer tudo isto.

4 comentários:

  1. está brutal filha :) deixa a tua marca, para visitarem cada vez mais o teu blog, shiim ? :p ass:joao

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  2. fiquei com pena do rapaz até.
    quero maisss!! :)

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  3. Está perfeito, para variar um bocadinho xD

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