3 de março de 2012

XVIII

    Depois de irmos a casa da Cátia seguimos para o café do senhor Armando, um senhor com um aspecto forte. Quando digo forte não é forte no sentido de força mas sim de proporção e largura. Estivemos à espera do André no café e enquanto esperávamos, bebíamos uns cafézinhos acompanhados com muita conversa. Finalmente, quando o André chegou fomos fazer uma partida de matrecos juntamente com apostas para que o jogo se tornasse mais interessante. Quem perdeu foi o casal maravilha, Cátia e Ivan, como é óbvio pagaram um rodada ao pessoal. Deparámo-nos com as horas e eram sensivelmente, 00:15m da noite, saímos do café e fomos em direcção ao carro do Ivan. Iríamos demorar alguns minutos a chegar à discoteca visto que teríamos que passar a ponte 25 de Abril.
   Chegámos ainda estava tudo muito calmo, mas uma hora depois começou tudo a ficar louco, estava completamente molhada e já nem via o André, nem a Sara nem mesmo a Cátia agarrada ao Ivan. Comecei a ficar nervosa, pois já não via ninguém, e além disso estava completamente lúcida o que agravou mais a minha situação. Fui andando à volta daquelas pessoas que dançavam sem parar, mas não os vi. Enquanto estava á procura deles, reparei que vinha um rapaz que aparentava ter mais ou menos 30 anos, vinha atrás de mim, por todas as pessoas que passava ele passava também. Ao inicio não liguei mas depois vi que ele se aproximava. Ele disse-me « És mesmo sexy. » , eu agradeci-lhe e não disse mais nada. Ele começou a aproximar-se cada vez mais a dançar de um modo estranho, comecei a ficar preocupada. Ele agarrou-me com uma força inimaginável, tinha um hálito a tresandar a álcool e transpirava imenso além de também estar todo molhado. Mantive-me firme e pedi-lhe para me largar, mas ao contrário ele ainda me agarrou com mais força, e disse « Vem comigo para casa, vamos divertirmos-nos» , ele tinha um ar repugnante e eu rezava para que alguém me salva-se daquele homem nojento, para não bastar aquilo que me dizia também tocou-me nas minhas partes intimas, senti-me super mal e com imensa raiva. Puxei-o para se liberta-se de mim e dei-lhe uma estalada, as pessoas pararam de dançar e viam o que se passava mas nada fizeram ele tentou aproximar-se outra vez mas a correr apareceram o André e o Ivan para que ele não me fizesse nada mais. Empurraram-no até que ele caísse ao chão, não ouvi nada do que eles disseram pois a música estava demasiado alta, mas penso que o ameaçaram. O que eu queria mesmo era ir embora a Sara e a Cátia chegaram-se finalmente perto de mim abraçaram-me e tiraram-me dali, fomos embora porque alem disso fomos expulsos pelos seguranças.

Sara: Estás bem?
Eu não disse nada, não tinha voz.
Cátia: Então Joana, diz alguma coisa. - estamos todos preocupados.
André: Nós tratamos-lhe da saúde não estejas preocupada.
Ivan: É isso, reage.
Joana: Onde vocês estavam? Foi horrível.
Ivan: Nós perdemos-nos todos, mas o que vale é que não aconteceu nada de mal, por pouco.
Joana: Quero ir para casa. - disse ainda um pouco assustada.
Sara: Claro, vamos.

  A noite parecia nunca mais acabar, pedi à Sara para dormir comigo. Estava tão assustava e com imenso nojo que não dormi  noite toda. De manhã o sol despertou-me e quando a Sara acordou disse-lhe:

Joana: Sara, eu quero ir para a Zambujeira, preciso de falar com o Ricardo, além disso ele é realmente o meu porto seguro.
Sara: E eu? - disse um pouco desanimada.
Joana: Perguntamos outra vez ao André se quer vir, e perguntamos também à Cátia e ao Ivan se querem vir...
Sara: E o que achas disso?
Joana: Vou mandar mensagem para eles. - disse-lhe já um pouco animada.
Sara: Por falar em mensagem, recebeste uma mensagem de manhã.
Joana: De quem? - disse curiosa.
Sara: Não sei, não a abri. Vai ver.

  Peguei no telemóvel e na verdade não tinha uma mas sim duas mensagens todas elas do Ricardo. Desbloqueei o teclado do telemóvel, carreguei no maior botão para que esta se abri-se. A mensagem dizia «VOLTA. » , a outra dizia apenas « Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre.» . Liguei ao André, e ele confirmou que ia, depois fui até à casa da Cátia e ela também me disse que ia, disse-me que seria uma grande aventura para ela. Fiz as malas outra vez e e o Ivan, a Cátia e o André já se encontravam à nossa espera lá em baixo, ele perceberam-me como ninguém e se não fosse agora também não iria ser amanhã tinha que resolver isto tudo hoje. Eu e a Sara saímos e trancámos a porta e nesse mesmo momento o Diogo fizera o mesmo.

Diogo: Pensava que ias ficar mais tempo. - mostrava-se descontente.
Joana: Já estou outra vez de partida.
Diogo: Que pena, tinha imensas coisas para te falar.
Joana: Vou ter de ir, Dioguinho. - aproximo-me dele e beijo-lhe a cara enquanto isso se sucede ele pega-me na mão, e eu senti-me constrangida. Sabia que ele ainda me amava. Por segundos não dissemos nada mas eu rompi aquele silêncio. - Adeus.
Diogo: Adeus Joana, vai dizendo qualquer coisa. - depois virou-se para a Sara e acenou-lhe.

 Partimos de novo para a Zambujeira do mar, e foi como se tudo se tornasse melhor.




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