31 de janeiro de 2012

XXII- Pensamentos do Salvador

 SALVADOR 

   Angustia-me o facto dela não me querer. E de ter outro, e viver em função dele. Desde o primeiro momento que a vi que soube que era a "tal", não queria que me dissesse o seu nome e logo não o disse no « 1º encontro ».  Porque não vemos quem realmente é a pessoa por dentro através do nome. O nome é só mais uma pequena coisa insignificante juntamente com o apelido. Aqueles cabelos loiros, parecidos com raios de sol, e aqueles lábios carnudos fizeram-me lembrar a minha mãe que já faleceu à 10 anos atrás, tinha eu 9. Foi num acidente de carro, como tantos outros iguais que acontecem pelo menos uma vez por dia em todo o mundo. Mas estava a falar da grande Joana, a minha Joana, pelo menos minha nos meus sonhos e nos meus pensamentos. Sim sou muito lamechas... Saiu ao meu pai, que também já não está presente na vida dos terrestres. O meu pai era uma pessoa super dócil, sempre a querer ajudar o próximo e como já disse muito apaixonado, sempre com paixão dentro do seu corpo a tentar sair e dar de si o seu melhor. Tal como eu, neste momento... A Joana, foi super diferente das outras, nem nunca lhe chamaria uma qualquer porque sem duvida ela sempre sempre AQUELA. Foi por isso que lhe cativei com as minhas provocações e deixei neste estado, dividida. Quer dizer, penso eu. Porque na verdade não leio pensamentos nem muito menos sou vidente, mas eu sinto que eu não lhe sou indiferente. Ela deixa-se levar, de uma maneira inimaginável, e depois no momento que eu penso que é o momento certo, zassssss, ela deixa-me e isso acontece quase sempre que estamos juntos. Qual será o momento certo? Quando será que eu lhe digo a verdade? E o que sinto? Talvez nunca, porque 1º não sei se iria conseguir exprimir os meus sentimentos gigantes que tenho por ela. E 2º porque ela iria achar que eu sou doido, conheço-a à 1 ou 2 semanas e já sou apaixonado.

Ás vezes dou em doido, fico no meu quarto sentado na secretária, a vê-la nos meus pensamentos a desenhá-la numa simples folha branca com um lápis de grafite super normal. Não sou artista, mas safo-me. Apesar de me dizerem que definitivamente devia ter seguido artes ou arquitectura, em vez de ter seguido medicina. Medicina não é algo que me cative e me faça querer aprender mais e nem muito menos aquilo que eu adoro fazer mas tinha duas opções na vida, ou tinha um emprego estável ou vivia na miséria com a profissão de bodyboarder  com o qual sonhava todas as noites quando era puto. Foram escolhas e afinal de contas tenho que aproveitar porque na verdade são os meus tios que estão a pagar a faculdade. Eu vivo aqui com eles, são muito bacanos e temos uma relação muito pegada, são os meus segundos pais.


Mas, e a Joana... A Joana é um caso pendente, um caso ainda para pensar. Uma coisa que nunca vou fazer, é desistir, isso nunca irei fazer tenho a certeza.

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