25 de janeiro de 2012

XX

Era quinta-feira, o Ricardo tinha saído com o T para fazer surf, e a Sara foi de atrelado. Não me apeteceu ir, estou tão farta de os ver a fazer aquilo, enfim estava um pouco sem paciência. Fiz uma pequena lista para tentar decidir o que ia fazer hoje: 1.º arrumar o quarto. 2.º ler. 3.º ir ter com o Miguel à praia. 4.º ir à praia deserta meditar.
 Arrumar o quarto está fora de questão. Ler? Não me apetece. Ir à praia ter com o Miguel, só para  lá chegar tenho que fazer 5 km, e não me apetece andar. Estou muito preguiçosa hoje. A última opção era ir à praia deserta meditar, aceito. Peguei na mala de praia , vesti o biquíni tranquei a porta e fui até à praia. Mas... -há sempre um mas- Quando se encontra o Salvador pelo caminho.

Salvador: Já não te via à uns dias. 
Joana: Isso são só saudades? - sorriu.
Salvador: Nem por isso. - tentou mentir.
Joana: Mentiroso.
Salvador: Se fosse verdade eu dizia. - sem sucesso, continuo a tentar.
Joana: Vou tentar fingir que acredito em ti. - sorriu novamente e ele retribui. 
Salvador: Vais aonde? - mostrou-se curioso.
Joana: Porquê? Queres-me acompanhar?
Salvador: Não, quero-te levar a um sitio. - faz uma cara envergonhada.
Joana: Eu ia à praia deserta.
Salvador: Então, vamos?
Joana: És um colas. - disse enquanto íamos andando para a praia. - O que vais mostrar?
Salvador: Já te disse que é segredo. 
Joana: O tal segredo! - disse, surpreendida. - Pensei que não me ias mostrar.
Salvador: Sabes, eu mudo de ideias muito rapidamente. 
Joana: Isso é um defeito.
Salvador: Depende de como vês, pode ser uma qualidade. - pisca-me o olho.
Joana: Não me parece. - sorriu. - Aonde me levas?
Salvador: Já te disse que é surpresa.
Joana: Já não me fazem surpresas à bastante tempo.
Salvador: O teu namorado não te faz surpresas? - provoca-me.
Joana: Não sejas estúpido. - não gostei nada da "piada". - Já chegámos? 
Salvador: Estás a ver algo de extraordinário?
Joana: Não.
Salvador: Então é porque ainda não chegámos. - aquele sorriso deixa-me doida.


O tempo não parava e nós andavamos pela praia a fora, quando passámos uma grande rocha perto das ondas que roçavas na parte da frente da rocha. A rocha tinha pelo menos uns 4 metros, mas tinha uma passagem bem redonda para um sitio nunca antes visitado - pensava enquanto visualizava a paisagem maravilhosa diante os meus olhos. 


Joana: Porquê que me trouxeste aqui? - estava muito intrigada, ele passou a mão pela cabeça como se não se conseguisse exprimir e responder-me.
Salvador: Não sei. - diz gaguejando.


Havia uma imensidão de areia à nossa volta e trilhos nela desenhados pelos pescadores desta zona.  Ele levou-me para as dunas, eu despi-me apenas a ficar de biquíni e ele de calções depois pareceu telepatia e no mesmo segundo deitámo-nos na duna. 
 Ficámos imóveis e não dissemos nada um ao outro. Se calhar porque estávamos a gostar do momento ou então ao contrário. A verdade é que se pudesse ficava ali até nunca mais.

Sem comentários:

Enviar um comentário