Estava um lindo dia
de sol, tinha combinado com o Vasco, o meu namorado, dar um passeio pela
floresta. Ele dissera-me que me queria fazer uma surpresa, era de estranhar
normalmente ele não era romântico comigo, era do tipo de rapaz banal. Estava-me
a preparar para a saída, vestia uns calções de ganga e uma camisa básica branca
e não poderia esquecer os meus adorados Converse. E quando comecei a dar um
toque de maquilhagem na minha cara, algo me interrompe...
- Matilde! - a voz da minha mãe propagava-se ao longo do
corredor. - O Vasco chegou.
- Já vou. - disse com um certo ânimo.
Desci as escadas a
correr sentindo que a qualquer momento me iria estatelar no chão. Peguei na
minha mala que era essencial para levar as minhas coisinhas, nomeadamente a
carteira, os óculos de sol que o Vasco me tinha oferecido no Natal passado, o
bâton do cieiro e o indispensável telemóvel. Abri a porta da cozinha e lá
estava ele sentado ao balcão a comer uns aperitivos que a minha mãe lhe metera
à frente. Dirigi-me até ele e saudei-lhe
com um beijo, como sempre atrevido apalpou-me o rabo sem a a minha mãe dar
conta.
- Dona Núria estou a adorar estas coisas que me meteu aqui.
- como sempre deliciava-se todo, chegando ao ponto de lamber os dedos.
- Chamam-se aperitivos, meu querido. - disse-lhe a minha
mãe com um ar de surpresa ao reparar que
a sua cultura geral era provavelmente baixa. - Vocês vão aonde mesmo?
- Mãe, o que é que isso interessa?
- Dona Núria não se preocupe que a Matilde está em boas
mãos. - soltou-lhe um pequeno sorriso amarelado.
- Eu confio em você Vasco.
A minha mãe desde o
dia em que lhe apresentei o Vasco que o adora completamente. Ás vezes até sinto
ciúmes porque a relação deles não se compara à minha relação com ela. Damo-nos
um bocado mal e somos mãe e filha enquanto eles são dois desconhecidos.
- Vasco, vamos embora ou ficas aqui com a minha mãe até
amanhã?
- Vamos amor, mas vamos a pé.
- Essa é que é a surpresa? - disse-lhe com a preguiça a
crescer.
- Não, mas vamos.
As nossas mãos
encaixaram-se na perfeição ocupando todos os espaços entre os nossos dedos,
despedi-me da minha mãe e ele igualmente fez o mesmo. De seguida fomos rumo à
floresta. É impressionante como bastou deixarmos de ver a minha casa para ele
colocar o mão dentro do bolso direita das calças (onde normalmente guarda a
droga) e tira um charro já feito. Odeio quando ele faz isto perto de mim mas
também me incomoda quando o faz sendo em qualquer local. Eu vivo no medo que
ele seja apanhado mas ele próprio nem sente esse receio, parece que não tem
noção das consequências.
- Estamos quase a chegar. - disse com uma voz rouca.
Quando ele me disse aquilo já avistávamos vestígios de uma
noite futura. Uma tenda verde estava pregada ao chão e a decoração daquele
local estava magnifico, havia velas que indicavam o caminho para a tenda como
se fossem setas. Mas muitas delas já estavam apagadas devido á ligeira aragem
que também fazia com que as folhas das árvores fizessem uma agradável melodia. Estava
com receio, com mesmo muito receio. Percorriam-me derivadas imagens na memoria
de antigas e más recordações.
- Vamos dormir aqui? - retorqui.
- Sim, só nós os dois. - disse com um olhar galã.
Senti vários arrepios alternados pela coluna vertebral
acima. E nesse preciso momento ele agarrou-me e colou o seu corpo ao meu,
fazendo com que os arrepios se tornassem mais fortes. Os nossos lábios
encontraram-se pela segunda vez hoje, e as suas mãos percorriam as curvas do
meu corpo. Minutos depois continuávamos no mesmo lugar a fazer as mesmas
coisas, sentia algum desconforto mas também me sentia bem ao estar com ele. Até
ao ponto de que lhe comecei a sentir a erecção, o meu coração acelerou e
parecia que saltava do peito, a minha adrenalina estava a fazer efeito.
O sol já se começava
a pôr, e aí descolei o Vasco de mim....
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